Em um domingo ensolarado do mês de junho de 1970, o Padre Oscar, celebrando a missa para sua comunidade na Igreja Cristo Rei, falou entusiasmado do Movimento Escoteiro numa pequena sala que ficava embaixo do altar.
Inicialmente era um local provisório, mas tempos depois, novamente pais e chefes conseguiram junto à Prefeitura de Curitiba que este local fosse definitivamente para uso exclusivo do Movimento Escoteiro, tendo sido criada uma lei para este fim.
Assistia aquela missa um jovem de 17 anos chamado Geraldo Sérgio Becker. Estava lançada a semente! Naquela mesma semana, a ideia foi encampada por outros dois jovens: Adalberto Matoski e Celso Mário Tavares, ambos de 16 anos. A chefia estava formada: Geraldo, por ser o mais velho assumiu a chefia do Grupo, Adalberto a Tropa de Escoteiros e Celso a Tropa Sênior.
A jovem e entusiasmada chefia pretendia participar de um acampamento do antigo Distrito do Cajuru e para tal o Grupo deveria estar fundado, ou seja, deveria ocorrer as primeiras promessas.
No dia 27 de agosto de 1970, com a benção do Padre Oscar e com a promessa do Escoteiro Paulo Roberto Tavares, o Grupo Escoteiro São Judas Tadeu passou oficialmente a integrar a União dos Escoteiros do Brasil.
É bem verdade que nem todas as coisas aconteceram como previstas. A tropa Sênior era a menor possível, o Chefe Celso não conseguia sequer um candidato!
A Igreja do Cristo Rei abrigou nosso Grupo por cinco anos e então chegou a hora de buscar um novo local, pois a pavimentação ao redor da Igreja não mais oferecia segurança para as atividades. Em agosto de 1975 fizemos nossa primeira mudança para uma sala no Ginásio Maria Aguiar Teixeira. Em abril de 1976 a sala que ocupávamos tinha que ser desocupada e assim nossa segunda mudança teve que ser providenciada. Passamos para o Colégio República do Uruguai, anexo ao Ginásio, junto com as Bandeirantes do Distrito São Judas Tadeu. O espaço era pequeno e sabíamos o quanto estávamos atrapalhando o desenvolvimento das atividades das Bandeirantes que tão gentilmente nos alojaram.
Tão logo conseguimos um local, providenciamos a terceira mudança, desta vez para o SESI e aí permanecemos desde outubro de 1976 até agosto ou setembro de 1977. Nova mudança se fez necessária, a quarta, mudamos então para a nossa mais singela sede: uma pequena sala anexa a borracharia do Auto Posto Rebouças, no Barigui, onde permanecemos até fevereiro de 1978, quando vislumbramos uma quinta mudança, desta vez para o centro da cidade, em algumas salas no porão do Colégio Santa Maria, enquanto a Comissão Executiva iniciava uma ação junto a Prefeitura Municipal de Curitiba para obtenção de um terreno e a construção de uma sede própria.
“Pedra que muito rola não cria limo”. Grupo Escoteiro que não tem sede perde sua gente, a evasão aumenta e os que querem visitá-lo não mais o encontram, pois mudou de endereço. Também perde a sua história, pois os poucos que ficam mal têm tempo para atender as necessidades mais urgentes, ficando os relatórios por serem feitos e as fotos por serem reveladas. Dos nove primeiros anos da nossa história ainda faltam muitas fotos, informações, acontecimentos marcantes e curiosos.
No início o Grupo tinha uma evasão de cerca de 75%, enquanto que no Estado a média era de 35%. A lista de espera, que era sempre muito extensa, disfarçava essa evasão. Por outro lado, não era possível aplicar o método escoteiro de forma adequada, pois a maioria dos escoteiros não estabelecia vínculos com a sua tropa e com o Grupo Escoteiro, pois deixavam o Grupo em menos de um ano.
Para trabalhar a liderança dos chefes e assim tentar reduzir a evasão a um índice aceitável, o Grupo incentivou e investiu nos chefes para fazerem o curso de liderança no Dale Carnegie – empresa de treinamento em liderança. Como consequência disso e de outras ações da diretoria, foi possível reduzir a evasão para 7,5%.
O ano de 1980 foi marcado pela posse do terreno no Parque Barigui. A poeira havia tomado conta e a limpeza ocupou muitos fins de semana. O terreno era muito acidentado, foi necessária uma terraplanagem para seu melhor aproveitamento. Recebemos a doação de alguns vigotes, as tábuas foram compradas, um mutirão de chefes e jovens, comandados pelo Senhor Sisismundo Macioceck levantou a primeira casa, com 40 metros quadrados, e com este feito, nossa sexta e última mudança.
Entre 1981 e 1982, nosso patrimônio aumentou. Construímos um banheiro de alvenaria e um novo barracão de 100 metros quadrados.
Sede nova aumenta o efetivo, mais jovens precisam de mais sede.
O ano de 1983 foi marcado pela construção de uma casa de madeira, de 30 metros quadrados para o zelador e sua família.
O ano de 1984 foi marcado pela construção de um almoxarifado em alvenaria de 14 metros quadrados.
Os anos de 1985, 1986, 1987 e 1988 foram marcados pela construção de 220 metros quadrados em alvenaria. As salas abrigam a Alcateia I, Alcateia II, a Tropa de Escoteiras, a Tropa de Escoteiros, sótão para Corte de Honra, sala para Chefia do Ramo Sênior e depósito para materiais das Alcateias.
Em 1989, 1990 e 1991 vencemos mais um desafio: construímos um novo bloco em alvenaria de 300 metros quadrados. O prédio é utilizado pela cantina, sala das mães, secretaria, sala de Chefia, área coberta para atividades, Pioneiros, Sêniores e Guias.
Alguém poderia perguntar: “Esta história não termina nunca?” E em coro 165 jovens e chefes responderiam: NÃO!
No ano de 2015 o Grupo Escoteiro São Judas Tadeu completou 45 anos ininterruptos de atividades, sendo que temos hoje 200 associados entre dirigentes, escotistas e jovens.
Nosso grupo possui 02 alcateias, 02 tropas escoteiras, 01 tropa sênior e 01 clã pioneiro, sendo todas seções mistas.
Ainda há tempo para que você possa se engajar nos novos mutirões.
Venha conosco!